7 de março de 2015

Por que 8 de março é o Dia Internacional da Mulher?

As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento. 

Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período. 

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações. 

Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz" - que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.

Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.

"O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países", explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinhas.

No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.

MULHERES DA BÍBLIA




"Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." Gênesis 1:27 


As mulheres não foram mencionadas na Bíblia com tanta freqüência quanto os homens. Mas as mulheres na Bíblia tiveram parte importante na história da salvação. De Eva, em Gênesis, até Maria, em Belém, as mulheres fizeram suas contribuições. 


Débora – Juízes 4- 5 


Débora era esposa, conselheira, juíza e heroína de guerra. A Bíblia não nos revela muito sobre Débora, mas sabemos que o povo a tinha em alta conta. 


Qual era o segredo do sucesso de Débora? Juízes 4:4-7, 9, 14 


Uma das conversas mais interessantes em todo Antigo Testamento aparece nesta história (Juízes 4:8). A história começa sob o controle de um país estrangeiro, por causa dos pecados de Israel. Israel clama ao Senhor por libertação. Falando pelo Senhor, Débora ordena a Baraque, um general do exército israelita: leve dez mil homens e lute contra o inimigo. Ela promete que o Senhor lhe dará a vitória sobre o exército de Sísera (Juízes 4:6, 7). Mas Baraque concorda em avançar sob uma condição: a própria Débora deve ir com ele à batalha. Débora diz a Baraque que o Senhor prometeu a vitória. Mas Baraque ainda recusa lutar se Débora não for com ele. Por quê? Sua fé em Deus e seu relacionamento com Ele eram bem conhecidos. Nem mesmo um exército, com todas as armas mortíferas de guerra, estava disposto a avançar sem ela. 


Era a própria Débora a pessoa que Baraque queria ter consigo? Ou era a Pessoa [Deus] que Débora simbolizava? 


A história não termina com a derrota do exército inimigo e de Sísera. Mesmo antes da batalha começar, Débora disse a Baraque que Sísera seria morto "às mãos de uma mulher" (Juízes 4:9). Leia o que aconteceu em Juízes 4:17-22. O Senhor queria usar as mulheres de um modo especial para dar vitória a Israel. Ele também queria que os homens soubessem que Ele estaria usando as mulheres para cumprir Seus propósitos. 


Ester – Heroína Involuntária 


Ester é o exemplo de uma pessoa fiel e corajosa que se esforçou para salvar seu povo. Esta é também uma história sobre uma mulher que não teve nenhum controle sobre sua situação. Ela foi forçada a escolher entre dois males. Não nos acontece às vezes de termos também de escolher o menor dos males? 


As ações de Ester foram completamente desinteressadas? O que Mardoqueu disse para levar Ester a arriscar sua vida? Ester 4:9-15 


Ester não queria pedir ao rei para ajudar porque, se fosse vê-lo sem ser chamada, ela podia ser morta (Ester 4:9-11). Mas Mardoqueu lhe disse que se não fosse pedir a ajuda do rei, ela morreria de qualquer maneira (Ester 4:14)! Assim, as ações corajosas de Ester não foram totalmente desinteressadas. 


Não conhecemos os pensamentos secretos de Ester. Mas as fortes palavras de Mardoqueu devem tê-la convencido a ir em frente. Ester respondeu: "Irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci" (Ester 4:16). A decisão de Ester mostra uma pessoa disposta a agir pela fé, não importa quanto lhe custasse. Este é o único tipo de fé que obtém resultados! Podemos aprender de Ester que se esperarmos para fazer as coisas até sermos completamente desinteressados, podemos não fazer nada!


Como pecadores, tudo o que fazemos é manchado pelo pecado. Nossas boas obras, mesmo quando praticadas por amor e por fé, ainda são egoístas. O incenso que ardia no santuário simbolizava a justiça de Jesus. A justiça de Jesus cobre nossas orações, que não são puras, porque vêm de seres humanos e pecadores. 


Rute – a Antepassada de Jesus – Rute 1–4 


Leia o pequeno livro de Rute para lembrar-se do seu enredo: "O livro de Rute é uma pequena história preocupada especialmente em fazer a narrativa da linhagem do ReiDavi [e daí, a Cristo]. ... Era uma época terrível. Durante o tempo dos juízes, a fome atingiu duramente a terra. Um nativo de Judá, chamado Elimeleque, foi para o estrangeiro, para Moabe, a fim de tentar melhorar sua sorte. Mas ele morreu jovem, deixando sua viúva, Noemi, com dois filhos. Os filhos tomaram esposas moabitas, Rute e Orfa, mas os filhos também morreram. Então, as três mulheres viram-se sozinhas sem os homens de que precisavam para estar seguras em uma sociedade patriarcal." – Denise Carmody, Biblical Woman: Contemporary Reflections on Scriptural Texts, págs. 32 e 33. 


Muitos crêem que Rute escolheu ir com Noemi porque eram boas amigas. Mas Orfa também disse que queria ir com Noemi por causa do Deus de Noemi. Uma filha volta ao seu próprio povo e aos seus "próprios deuses" em Moabe. A outra filha fica com o Senhor e com Seu povo. 


O relacionamento entre sogra e nora nem sempre é bom. Mas alguma coisa aconteceu entre essas mulheres que fez Rute e Orfa amarem Noemi. Qual foi a atitude das noras quando Noemi anunciou que voltaria à sua terra? Rute 1:10, 14-17 


Deus nos deu muitas verdades bonitas e poderosas. Mas podemos levar muitas pessoas a afastar-se dEle pela maneira como as tratamos. 


Maria  Mãe de Jesus – Luc. 1:30, 31 


Como a mãe de Jesus, Maria é a maior de todas as mulheres. Em seu ventre, o Criador do Universo tornou-se homem! Nenhuma mulher de toda a História do mundo foi tão honrada e respeitada. Algumas pessoas até a adoram como um ídolo! Sem dúvida, tanto sua prima [Izabel] como o anjo Gabriel estavam certos quando lhe disseram: "Bendita é você entre as mulheres" (Luc. 1:42 NVI). 


Quando o anjo apareceu pela primeira vez a Maria, disse-lhe que ela era "favorecida" por Deus. A palavra grega traduzida como "favorecida" é kairin, a palavra exata que a Septuaginta (uma primeira tradução grega da Bíblia hebraica) usava para traduzir Gênesis 6:8: "Porém Noé achou graça (kairin) diante do Senhor". No entanto, é evidente que tanto Noé como Maria tinham características especiais que habilitavam o Senhor a usá-los. 


A palavra kairin (graça ou favor) permite entender que as pessoas mereciam os papéis que receberam? Como Maria reconheceu que era pecadora? Luc. 1:46, 47 


Ponha-se no lugar de Maria. Um anjo lhe diz que algo impossível vai lhe acontecer. As próprias palavras de Maria, em Lucas 1:34, mostram como foi difícil para ela entender o que o anjo havia prometido. Mas o anjo lhe deu evidências suficientes para confiar em Deus, mesmo assim. Foi por isso que o Senhor pôde usá-la. A fé que Maria tinha nas promessas de Deus a torna um exemplo maravilhoso a todos os que afirmam ter fé. 


Maria – uma Pecadora Perdoada – Luc. 7:36-50 


Lucas 7 não nos diz o nome da mulher. Mas ela é Maria Madalena. Ela é a mesma mulher que esteve entre as primeiras a verem a sepultura de Jesus na manhã daressurreição (Mat. 28:1; Mar. 16:1, 2). Ela também foi uma das primeiras a informar os discípulos sobre a ressurreição de Jesus (Mat. 28:7, 8; Luc. 24:1-10; João 20:18). Maria Madalena foi a primeira mulher (ou uma das primeiras mulheres) a quem Jesus apareceu depois da ressurreição (Mat. 28:1, 5, 6, 9). 


Qual era a grande diferença entre Simão e Maria? Luc. 7:41, 42 


Não nos é dado nenhum detalhe. De acordo com a história, Maria Madalena foi muito pecadora. Mas Jesus reprova Simão, e não Maria. Por quê? Simão é a pessoa que não mostrou arrependimento e gratidão verdadeiros, como os de Maria. Simão representa as pessoas que buscam a justiça própria. As pessoas com justiça própria não sentem a necessidade de cair contritos e arrependidos aos pés de Jesus. Simão – como todos – é um pecador condenado que não tem com que pagar a sua dívida (Luc. 7:44). Mas não enxerga qualquer necessidade de se arrepender de seus pecados. 


"Aquela que caíra [Maria] e cuja mente fora habitação de demônios, chegara bem perto do Salvador em associação e serviço. Foi Maria que se assentou aos pés de Jesus e dEle aprendeu. Foi ela que Lhe derramou na cabeça o precioso ungüento, e banhou os pés com as próprias lágrimas. Achou-se ao pé da cruz e O seguiu ao sepulcro. Foi a primeira junto ao sepulcro, depois da ressurreição. A primeira a proclamar o Salvador 


Como rainhas, juízas, pecadoras ou mães, as mulheres tiveram parte importante na história do povo de Deus. Podemos todos, mulheres e homens, aprender de seus exemplos.

Como pode o amor lançar fora o medo?



“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1 João 4:18). Este versículo apresenta desafios para o leitor sério e tem sido usado para defender diversas ideias errôneas. É comum achar aplicações superficiais na esfera da psicologia popular, usando esta afirmação como um mantra para ajudar pessoas vencer suas fobias e preocupações cotidianas. Outros distorcem o sentido do texto para justificar suas decisões de não se arrepender dos seus pecados, concluindo que “Deus me ama do jeito que sou, então não preciso mudar”. Estudantes da Bíblia podem enfrentar uma dificuldade em conciliar este versículo com outros ensinamentos das Escrituras que ensinam a importância do medo ou temor: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (Eclesiastes 12:13) e “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10:28). Como compreender este ensinamento de João? 

Uma das regras fundamentais para entender qualquer texto é: considerar o contexto. João não escreveu aqui sobre fobias, e certamente não ofereceu conforto para pessoas que persistem numa vida pecaminosa (leia 1 João 3:6-10). O contexto define termos importantes. Medo e tormento são ligados ao assunto do versículo anterior: o Dia do Juízo. Amor, também, é ligado aos versículos anteriores: Quem permanece no amor permanece em Deus. João explica o que é necessário para viver e morrer com a confiança da salvação em Cristo. É necessário aperfeiçoar o amor, que significa permanecer em Deus (1 João 4:16-17).  

Seria totalmente injusto interpretar este ensinamento de João de uma maneira que contradiga o resto da epístola ou que negue ensinamentos de Jesus e os outros apóstolos. Na mesma carta de 1 João, este apóstolo disse que para permanecer em Deus é preciso andar na luz (1 João 1:6-7). Ele resume bem as condições da comunhão com Deus nestas palavras: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2:5-6). 

Evitemos, também, o erro de imaginar que alguém alcance esta perfeição por esforço próprio, ou que tenha confiança da salvação por sua própria justiça. Todo o contexto nos lembra do perdão oferecido por Deus por meio do sangue de Jesus Cristo (1 João 1:9-10; 2:1-:2; 4:9-10; 5:13). Somente em Jesus poderemos permanecer no Dia do Juízo!

A Carta à Igreja em Éfeso


A mensagem do Apocalipse foi enviada principalmente “às sete igrejas que se encontram na Ásia” (1:4). Este fato é frisado várias vezes no primeiro e no último capítulos (1:4,11,20; 22:16). Os capítulos 2 e 3 são direcionados especificamente às igrejas, com uma mensagem especial para cada uma delas.
Estas sete cartas seguem a forma de decretos imperiais, começando a sua mensagem com a palavra “diz” (grego, legei). Estas cartas foram escritas num formato padrão (Saudação, Posição de Jesus, Avaliação da congregação, apelo a ação, Promessa de recompensa aos vencedores), mas o conteúdo de cada é específico e fala a respeito das necessidades da própria congregação citada.
Sete Igrejas Independentes
A necessidade de sete cartas bem diferentes reforça a importância de respeitar a autonomia de cada congregação. Estas sete igrejas se encontravam numa área relativamente pequena. Uma pessoa entregando todas as cartas faria um circuito de pouco mais de 500 quilômetros. Nesta área pequena, sete igrejas bem diferentes apresentaram características distintas. Jesus não enviou uma carta “ao bispo da Ásia” (não existia qualquer ofício de líderes regionais entre as igrejas primitivas) para resolver, de uma vez, todas as questões nas várias igrejas. As igrejas não eram subordinadas à autoridade de alguma hierarquia, e não havia laços estruturais entre congregações. Cada congregação era independente, com seus próprios desafios e sua própria personalidade. Cada uma recebeu um comunicado diretamente de Jesus, e lhe responderia diretamente pela sua obediência ou rebeldia. Ele não operou por meio de alguma hierarquia de autoridades eclesiásticas. As pessoas que querem seguir, hoje em dia, as instruções do Novo Testamento devem lembrar este fato. Não há base bíblica para criar ou manter organizações religiosas ligando congregações. As hierarquias nas denominações e as conferências e congressos estaduais, regionais, nacionais e internacionais são invenções de homens sem nenhuma autorização bíblica.
Ao Anjo da Igreja em Éfeso (Apocalipse 2:1-7)
Vamos considerar o conteúdo desta carta. Confira na sua Bíblia cada citação.
A igreja em Éfeso (1): Éfeso era a cidade mais importante da província romana de Ásia. Foi situada perto do mar Egeu. Duas estradas importantes cruzaram em Éfeso, uma seguindo a costa e a outra continuando para o interior, passando por Laodicéia. Assim, Éfeso teve uma localização importantíssima de contato entre os dois lados do império romano (a Europa e a Ásia). Historiadores geralmente calculam a população da cidade no primeiro século entre 250.000 e 500.000. Éfeso era conhecida, também, como o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana.
Sabemos algumas coisas sobre a história da igreja em Éfeso de outros livros do Novo Testamento. No final de sua segunda viagem, Paulo deixou Áqüila e Priscila em Éfeso, onde corrigiram o entendimento incompleto de Apolo sobre o caminho do Senhor (Atos 18:18-26). Na terceira viagem, Paulo voltou para Éfeso, onde pregou a palavra de Deus por três anos (Atos 19:1-41; 20:31). Na volta da mesma viagem, passou em Mileto e encontrou-se com os presbíteros de Éfeso (Atos 20:17-38). Durante os anos na prisão, Paulo escreveu a epístola aos efésios. Também deixou Timóteo em Éfeso para edificar os irmãos (1 Timóteo 1:3).
Destas diversas referências aos efésios, podemos observar algumas coisas importantes sobre essa igreja. Desde o início, houve a necessidade de examinar doutrinas e aceitar somente o que Deus havia revelado. Assim, Áqüila e Priscila ajudaram Apolo (Atos 18:26); Paulo advertiu os presbíteros do perigo de falsos mestres entre eles (Atos 20:29-31), e orientou Timóteo a admoestar os irmãos a não ensinarem outra doutrina (1 Timóteo 1:3-7). A carta de Paulo aos efésios destacou a importância do amor (5:2), um tema frisado, também, nesta carta no Apocalipse.
Aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro (1): Esta descrição de Jesus vem de 1:12-13,16,20 e mostra o conhecimento e a soberania de Jesus em relação às igrejas. Tanto os efésios como os discípulos nas outras igrejas precisavam lembrar da presença de Jesus. Ele anda no meio das igrejas, observando o procedimento delas, e pronto para agir quando for necessário. Segurando as sete estrelas, ele demonstra seu poder e domínio.
Conheço as tuas obras (2-3): Jesus elogia várias qualidades da igreja em Éfeso:
 Labor e perseverança – Deus quer servos dedicados que não desistem (Tiago 1:4). Jesus falou da importância da perseverança diante de perseguição (Mateus 10:22; veja Romanos 5:3; Tiago 1:12), observando que perseguições causam o amor de muitos a esfriar (Mateus 24:10-13). Devemos perseverar na oração (Atos 1:14; Colossenses 4:2; 1 Timóteo 5:5), na doutrina verdadeira (Atos 2:42; 1 Coríntios 15:1), nas boas obras (Romanos 2:7) e na graça de Deus (Atos 13:43). Na sua perseverança, os efésios suportaram provas e não se desanimaram.
 Não suportar homens maus – Depois de tantas advertências sobre o perigo de falsos mestres, a defesa da verdade se tornou um ponto forte da igreja de Éfeso. Homens que se alegavam ser apóstolos foram postos à prova e achados mentirosos (veja 1 João 4:1). Precisamos do mesmo zelo da verdade hoje. O mundo religioso está cheio de pessoas que se dizem profetas e apóstolos. Devem ser avaliadas conforme a palavra de Deus. Pessoas que alegam trazer novas revelações são mentirosas (Gálatas 1:8-9; 1 Coríntios 13:8; Judas 3). Os apóstolos eram testemunhas oculares de Jesus ressuscitado (veja Atos 1:22; 1 Coríntios 15:8-9). Aqueles que se chamam apóstolos, hoje em dia, são falsos mestres. Não devemos suportá-los.
Tenho ... contra ti (4): O problema dos efésios não foi uma questão de doutrina correta, mas de amor. Abandonaram o seu primeiro amor. Esqueceram dos grandes mandamentos que formam a base para todos os ensinamentos de Deus (Mateus 22:37-40). Paulo instruiu os efésios sobre a importância do amor como alicerce da vida do cristão (Efésios 3:17; 4:2,16: 5:2; 6:23). Não devemos distorcer esta advertência para criar um conflito entre o amor e a verdade. Podemos defender a verdade, como os efésios fizeram e, ao mesmo tempo, praticar o amor. Foi exatamente isso que Paulo pediu aos efésios: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15).
Lembra-te, arrepende-te e volta (5): Jesus pede três respostas dos efésios:
1. Lembra-te, pois, de onde caíste: Não foram as alfarrobas dos porcos que levou o filho pródigo ao arrependimento; foi a lembrança da casa do pai. Para os efésios se arrependerem, teriam que lembrar da comunhão com Deus que deixaram para trás. Para permanecer fiéis, a presença de Deus precisa ser a coisa mais preciosa na nossa vida. Uma vez que caímos, é necessário desenvolver novamente o amor para com ele.
2. Arrepende-te: O arrependimento é a mudança de atitude. Quando decidimos deixar o pecado e fazer a vontade de Deus, nós nos arrependemos. O pecador precisa se arrepender antes de ser batizado para perdão dos pecados (Atos 2:38). O cristão que tropeça precisa se arrepender e pedir perdão pelos seus pecados (Atos 8:22). Aqui, uma igreja cujo amor esfriou-se precisa se arrepender.
3. Volta à prática das primeiras obras: A mudança de atitude (o arrependimento) produzirá frutos (Mateus 3:8). Pelas obras, a pessoa arrependida mostrará a sinceridade da sua decisão. A igreja em Éfeso precisava voltar à prática do amor.
Se a igreja não se arrepender, Jesus removeria o seu candeeiro. Eles não permaneceriam na abençoada comunhão com o Senhor.
Odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio (6): Mais um ponto a favor, reforçando o elogio dos versículos 2 e 3. Os nicolaítas são mencionados somente aqui e na carta à igreja em Pérgamo (15). Não sabemos a natureza precisa do seu erro, mas sabemos que era abominável a Deus. Neste ponto, os efésios odiavam o que Deus odiava. Nós devemos fazer a mesma coisa, sendo amigos do bem (Tito 1:8) e detestando o mal (Salmo 97:10).
Quem tem ouvidos, ouça (7): Freqüentemente, Jesus chama os ouvintes a ouvirem a sua mensagem (Mateus 11:5; 13:9,43; etc.). O problema de um coração teimoso se reflete nos ouvidos tapados que recusam ouvir a verdade (Mateus 13:15). Os efésios provaram aqueles que falavam, agora eles seriam provados pela maneira de ouvirem.
O Espírito diz às igrejas (7): Jesus transmitiu a sua mensagem por meio dos anjos das igrejas (2:1,8,12,18; 3:1,7,14), mas o Espírito, também, participa da revelação (veja 1:4) e da recompensa dos fiéis.
Ao vencedor ... árvore da vida ... paraíso de Deus (7): A recompensa aguarda os vencedores que perseveram no amor e na verdade. Aqueles que desistem, abandonando para sempre o seu amor, não receberão o galardão. Jesus descreve a comunhão com Deus em termos que nos lembram do jardim do Éden. Por causa do pecado, o homem foi expulso do jardim em que Deus andava (Gênesis 3:22-24,8). Aqueles que andam com Deus têm a esperança da vida no paraíso do Senhor.
Conclusão
Uma igreja rodeada por religiões falsas e sujeita à influência de homens maus precisa examinar todos os ensinamentos e rejeitar todas as falsas doutrinas. Mas ela precisa, também, demonstrar o amor verdadeiro para vencer o mal. Devemos amar a verdade, não somente pelo desejo de ser “corretos”, mas porque ela vem do Deus que merece nosso amor. Devemos amar aos outros, porque foram feitos à imagem e semelhança de Deus. “Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros” (1 João 4:11).

O Que Significam as Palavras “Herege”, “Heresia” e “Seita”?


As palavras “herege”, “heresia” e “seita” vêm de palavras gregas usadas no Novo Testamento, derivadas da mesma raiz. A idéia fundamental atrás destas palavras é “escolher” ou “escolha”. Assim a forma de verbo é usada quando Deus diz que escolheu seu servo (Mateus 12:18).
Outras vezes na Bíblia e no uso atual destas palavras, ainda podemos ver um elemento de escolha. Quando homens decidem seguir suas próprias opiniões, criando novas doutrinas e facções religiosas, estas palavras se aplicam. É neste sentido que lemos no Novo Testamento sobre seitas como dos saduceus (Atos 5:17) e fariseus (Atos 15:5), grupos que escolheram defender falsas doutrinas e tradições humanas.
Os apóstolos condenaram o espírito faccioso (Gálatas 5:20), alertaram sobre heresias destruidoras (2 Pedro 2:1) e ensinaram os cristãos a admoestarem e depois rejeitarem os hereges, ou homens facciosos (Tito 3:10). Escolher seguir qualquer doutrina que não vem de Deus é uma infração gravíssima da vontade do Senhor.
Às vezes, estas palavras são corretamente usadas para identificar doutrinas erradas e seus defensores, e é assim que devem ser empregadas.
Mas as palavras certas usadas pelas pessoas erradas podem se tornar armas maliciosas. Já no primeiro século, estas mesmas palavras foram usadas pelos adversários do Senhor para difamar seus servos fiéis. Tértulo, o orador que representou os judeus no processo contra Paulo, descreveu o apóstolo como “o principal agitador da seita dos nazarenos (Atos 24:5). Paulo respondeu a esta distorção da palavra: “Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas” (Atos 24:14). Mais de dois anos depois, quando Paulo chegou a Roma, os judeus queriam ouvir “a respeito desta seita que, por toda parte, é ela impugnada” (Atos 28:22).
Desde aquela época, os poderes religiosos têm usado estas palavras para identificar ideias ou pessoas que discordam da posição oficial de uma igreja ou das correntes principais de movimentos populares. Homens bons podem ser chamados de hereges, e homens maus podem ser vistos como servos “ungidos por Deus”.
O critério de avaliação não deve ser a posição oficial de líderes eclesiásticos, e sim a palavra de Deus. No final das contas, não importa o que os homens dizem, pois são as palavras de Cristo que nos julgarão (João 12:48; Gálatas 1:10). Nunca devemos escolher uma direção que contrarie a vontade de Deus!

Quando Jesus falou que só Deus é bom, ele negou ser divino?


Três relatos da vida de Jesus incluem o registro de uma conversa entre Jesus e um jovem rico, homem de posição (Mateus 19:16-22; Marcos 10:17-22; Lucas 18:18-23). Quando este jovem chamou Jesus de “Bom Mestre”, ele respondeu: “Por que me chamais bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus” (Lucas 18:19).
Pessoas que não acreditam na divindade de Jesus frequentemente usam este episódio para dizer que ele mesmo não se considerou divino. Devemos rejeitar esta interpretação por vários motivos. Considere estes fatos:
1. Se Jesus tivesse negado a sua divindade neste versículo, ele teria contradito seu próprio ensinamento e conduta em outros lugares. Jesus afirmou ser o “Eu Sou” que existia antes de Abraão (João 8:58,24). Ele aceitou adoração, sabendo que só Deus merece ser adorado por suas criaturas (Mateus 8:2; 4:10). Além das afirmações de Jesus, outros textos do Novo Testamento mostram sua divindade (João 1:1; Hebreus 1:6; etc.)
2. Jesus não negou ser bom. Outros textos também afirmam a perfeição de Jesus que viveu sem pecado (Hebreus 4:15; 1 Pedro 2:22) quando cumpriu sua missão de mostrar a bondade de Deus para o mundo pecador (João 3:16; 10:11; Romanos 11:22).
3. A pergunta de Jesus não serviu para negar a afirmação do jovem rico. Serviu para destacar a autoridade daquele que logo em seguida exigiria dele um sacrifício difícil. Se este jovem refletisse sobre o significado das suas próprias palavras, a confissão que Jesus é o Bom Deus, ele não teria desculpa ao rejeitar as instruções do Senhor. O mesmo Deus que revelou no Antigo Testamento os mandamentos que este homem guardava a vida toda (“Não adulterarás, não matarás, não furtarás”, etc.) agora diria: “Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me” (Lucas 18:22). O jovem precisava reconhecer que estava naquele momento diante do Bom Deus.
4. Em outras ocasiões, Jesus falou coisas semelhantes. Ele disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mateus 4:10), não para negar a sua divindade, e sim para negar a sugestão do diabo. Ele pagou o imposto do templo, mas não negou ser Filho do dono da casa (Mateus 17:24-27). Ele perguntou aos apóstolos: ”Mas vós,... quem dizeis que eu sou?” (Mateus 16:15) não por causa de dúvida sobre a sua divindade, mas para chamá-los ao compromisso necessário para suportar o que viria pela frente (Mateus 16:16; cf. 16:21-26).
Jesus é bom. Ele é divino. Ele merece a nossa adoração e obediência!

Aflições


     Aflições
No íntimo de todas as criaturas existe o desejo de ser feliz e de afastar os sofrimentos.
Ninguém gosta de sofrer.
No entanto, Jesus cristo nos disse: “no mundo tereis aflições.”
São variadas as causas das aflições. Podemos, para melhor compreensão, separá-las entre as que têm origem em nossa intimidade e aquelas próprias da natureza em que vivemos.
Assim temos várias dores que somente têm a ver com o mundo em que nos encontramos.
Por exemplo, a dor causada pelo nascimento do siso, o último dos molares, é um impositivo da biologia humana. A dor pela picada de um mosquito ou de uma agulha, da mesma forma.
São dores próprias de um mundo material. São dores comuns a que estão sujeitos os seres que habitam o planeta.
O sofrimento faz parte de nossa vida, uma vez que em tudo existe a necessidade de ação.
Nossa mente pensa, nossa vontade almeja. Mas o corpo precisa executar.
Toda vez que desejamos alguma coisa, quando aspiramos algo, a necessidade de trabalhar para realizar nossos sonhos gera um certo sofrimento.
Quem deseja bater recordes, vive aflições. São horas intermináveis de exercícios, disciplina rígida, com intuito de superar as próprias limitações físicas.
Dores físicas, preocupação com a classificação, um revés de última hora. Aflições de toda sorte.
Quem deseja passar no vestibular, apesar do grande esforço aplicado no estudo, se aflige ante a perspectiva de não conseguir a vaga pretendida.
E se esquecer tudo na hora da prova? E se não conseguir a vaga? E se precisar fazer outro vestibular?
Quem deseja ser cantor, ator, engenheiro, médico passa pelas aflições das horas estafantes de estudo, estágio, aprendizagem, esforço,testes.
Reveses. Inquietudes. Aflições.
Em tudo há sofrimento pois em tudo existe a necessidade do esforço material, de conformidade com o nível evolutivo do mundo em que vivemos.
No mundo teremos aflições!
São os sofrimentos desse mundo, os empeços materiais que se apresentam.
Também existem os sofrimentos causados por nós mesmos. É o resultado originado de nossas intenções, de nossas atitudes, do estado geral da nossa mente e do nosso coração.
Quando tomamos decisões desequilibradas, sofremos.
Quando agimos de forma negativa, teremos que recolher adiante o resultado dessas ações infelizes.
Quando pensamos somente em nós, num egocentrismo doentio, sofremos.
Quando desejamos que as coisas não passem, não mudem ou não terminem, sofremos novamente.
Tudo passa. As paisagens mudam. Os momentos bons terminam, e os maus também.
Procurando entender a mensagem de Jesus poderemos vencer os sofrimentos do mundo, vendo-os como realmente se apresentam.
Ou seja, como empeços materiais numa realidade relativa. Alargando nosso ponto de vista poderemos vencer a melancolia e a aflição.
Sem visão pessimista, venceremos os obstáculos próprios ao meio em que nos encontramos.
E se optarmos por seguir Jesus, não haverá aflição que resista ao bendito remédio da fé.
*** Todos desejamos ser feliz. Sejamos ricos ou pobres, instruídos ou não, todos desejamos evitar os sofrimentos.
Assim, procuremos vencer as tribulações de cada dia e encontrar razões para felicidade em coisas pequenas.
Ser grato pelo que temos, pelo que usufruímos.
Aprender com os pássaros a saudar o dia com um cântico de esperança.
Eis uma boa fórmula para superar as aflições e começar a ser feliz, desde hoje.